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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Realidade de quem necessita do Resun


Entrada principal do Resun na UFS




Construído em 1980, pelo Ministério da Educação e Cultura, sendo um projeto do governo Federal de que visava ajudar os estudantes que possuíam baixa renda, oferecendo dessa forma refeição a um baixo custo, o Restaurante Universitário (RESUN) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) resiste ao tempo, mesmo diante de um cenário de total abandono e descrédito sobre sua real função e necessidade.

Deposito da cozinha no Resun
Uma das filas que  existem no refeitório

Com uma média diária de 778 almoços em 2008 somado ao seu custo de apenas 1 real por refeição para estudantes e 2 reais para os demais, o restaurante é ponto de parada para grande parte da comunidade acadêmica. A despeito dos comentários sobre a comida, taxada como “ruim”, são muitas as pessoas que precisam daquela alimentação para encarar suas jornadas dentro e fora da universidade.
Satisfação dos que  comem no refeitório da UFS

Desperdícios achados na lateral do Resun

Guarda-volume improvisado pelos alunos
  
A realidade, entretanto, é bem mais complexa do que as analises e reportagens podem apontar. As filas são extensas e o aperto é grande, mesmo com a duplicação dos acessos e do ponto de compra. Há certos horários e dias em que as filas se confundem e fica difícil saber para onde se está indo. Alguns deixam seus pertences escorados nas paredes e espaços próximos a entrada do refeitório para não enfrentar mais uma fila e diminuir o tempo.


Guarda-volume tradicional do Resun
 Para se entrar no Resun é necessário passar por uma catraca, que apesar de não funcionar a um bom tempo, dita a ordem das filas. Ao final desse processo é necessário escolher entre as bandejas metálicas empilhadas que são usadas pelos usuários do restaurante, a que menos está em estado degradante, por serem confeccionadas em material não apropriado para receber o alimento, posto que, é de difícil higienização e por isso causa oxidação da bandeja, trazendo riscos para a saúde de quem as usa. 
A delicadeza de servir
Equipamentos sucatedos, deixados em área externa

O processo de colocação dos alimentos na bandeja já não é mais controlado pela própria pessoa, mas pelos funcionários e sua boa vontade em meio à racionalização da comida. Ao troco de alguns sorrisos e um pouco de conversa, consegue-se mais um pedaço ou dois de carne. Nas mesas, o barulho ensurdecedor de várias conversas simultâneas, o calor insuportável dos ventiladores que mal funcionam, e a solidão de muitos que comem apressados, pois já estão atrasados para seus trabalhos, estágios e aulas.
A solidão é em algumas vezes companheira no almoço
Parte interna do Resun
Refeição partilhada com os animais que habitam o Campus

  
Enquanto alguns fazem ‘cara de nojo’ e rejeitam parte da comida, os olhos atentos e ávidos de alguns visitantes de fora desejam cada pedaço, cada grão, para bicar e mordiscar do lado de fora. Os cães e pássaros ficam atentos para as bandejas e para os alimentos despejados pelas janelas e a devoram com rapidez. Para eles, o pouco, o “ruim”, é muito. Para eles, aliás como para muitos que realmente precisam do Resun, aquele alimento é tudo.
Divisão  dos restos alimenticios com os pássaros
Clique aqui para também assitir a videoreportagem feita sobre o Resun

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